Com R$ 7 milhões, Fundo LIRA seleciona 53 projetos comunitários que fortalecem a conservação e o desenvolvimento sustentável na Amazônia

Crédito: Acervo LIRA.

Iniciativa vai apoiar ações de base comunitária em oito regiões da Amazônia Legal, com foco em bioeconomia, proteção territorial e fortalecimento institucional

O Fundo LIRA (Legado Integrado da Região Amazônica) acaba de anunciar os resultados de seu edital mais recente, com a seleção de 53 projetos liderados por comunidades da Amazônia Legal. Ao todo, serão investidos R$ 7 milhões em iniciativas que aliam negócios comunitários com bioeconomia, proteção territorial contra o desmatamento e fogo e fortalecimento institucional das associações e cooperativas de populações tradicionais.

As propostas aprovadas foram apresentadas por associações indígenas, extrativistas, quilombolas e cooperativas, e abrangem oito regiões estratégicas da Amazônia no arco do desmatamento envolvendo 6 estados. As regiões foram definidas através de estudos da equipe do LIRA que combinam grau de ameaça, efetividade de gestão e potencial produtivo.

O resultado do edital reflete a diversidade sociocultural e ecológica da região, além da capacidade das comunidades locais de propor soluções concretas para os desafios ambientais e sociais para manter a floresta em pé. “Os projetos selecionados mostram a potência das soluções locais. As comunidades conhecem seus territórios, seus ciclos produtivos e seus desafios. O papel do Fundo LIRA é justamente apoiar e viabilizar essas respostas que já existem, mas muitas vezes esbarram na falta de recursos ou visibilidade”, afirma Fabiana Prado, gerente do Fundo LIRA.

A maior parte dos projetos está voltada à estruturação de cadeias produtivas sustentáveis, como pesca artesanal, piscicultura, manejo do pirarucu, turismo de base comunitária, produção de óleos vegetais, artesanato, melipolicultura, castanha, açaí, cacau, madeira, borracha, farinha e fitoterápicos. Outras propostas investem na organização de brigadas comunitárias de prevenção e combate ao fogo, na vigilância territorial e no fortalecimento do desenvolvimento comunitário.

Entre as entidades selecionadas estão 24 associações comunitárias, 20 associações indígenas, 4 cooperativas, 4 associações quilombolas e um coletivo. O edital teve ampla participação e mobilizou centenas de organizações com atuação em territórios prioritários para a conservação e a justiça socioambiental.

O Fundo LIRA é uma iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, com apoio de financiadores como a Fundação Gordon and Betty Moore. Seu objetivo é fomentar projetos que associem conservação ambiental, inclusão social, bioeconomia e fortalecimento de territórios na Amazônia, atuando diretamente com organizações de base.

A chamada pública mobilizou mais de 120 organizações da Amazônia Legal. Com os recursos disponíveis, foi possível apoiar 43% das propostas recebidas, com valores de até R$ 150 mil (cerca de US$ 25 mil) por projeto. A diversidade de temas, regiões e públicos envolvidos mostra o potencial transformador de modelos de financiamento direto, que colocam os territórios amazônicos no centro das soluções para a conservação. “Conservar a floresta passa por fortalecer quem está nela todos os dias. Quando o apoio chega direto às comunidades, os resultados são mais enraizados, duradouros e conectados com a realidade local”, diz Fabiana Prado.

Sobre o LIRA

O LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica é uma iniciativa integrativa que potencializa ações de conservação da Amazônia, através de três componentes: 1) Fundo LIRA que financia projetos socioambientais com povos e comunidades tradicionais; 2) Gestão do Conhecimento e Inovação; e 3) Políticas Públicas socioambientais. Articula uma rede de 125 organizações com atuação em 5 estados com bioma Amazônico, através da execução de 50 projetos em 59 áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação) – promovendo conservação da biodiversidade, o bem viver de povos e comunidades tradicionais e resiliência climática. Executor: IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Parceiros Financiadores: Fundo Amazônia e Gordon and Betty Moore Foundation. Parceiros Institucionais: Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas – SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. Link

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