Supermercados buscam começar a vender medicamento dentro das lojas

especialista em gestão de supermercados, o movimento pode aumentar o faturamento desses estabelecimentos 
 

Redes de supermercados apresentaram à Comissão de Assuntos Sociais do Senado um projeto que pode iniciar a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIP) em certas áreas dos seus estabelecimentos, criando uma espécie de “store in store”, em tradução livre, loja em loja. O movimento, que busca entrar em um consenso com as farmácias, planeja não só comercializar medicamentos, mas também disponibilizar outros itens que são vendidos nessas lojas, como dermocosméticos, itens de higiene pessoal e de perfumaria. De acordo com Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, esse novo passo pode ser benéfico para redes que buscam alavancar seus faturamentos.
 

“Esse efeito pode surgir já que os clientes conseguem comprar todos os itens da sua lista de necessidades em um lugar só. Estamos numa época em que as pessoas priorizam economizar o seu tempo, a agilidade na rotina corrida se torna essencial. A disponibilidade de suplementos, remédios comuns e que não precisam prescrição médica, itens de higiene pessoal, como protetor solar e hidratantes corporais, no mesmo local onde podem fazer a compra de suprimentos, é benéfico para o público que quer poupar tempo”, explica Leandro.
 

O início da proposta feita pelos varejistas gerou um debate acalorado com entidades do setor farmacêutico. Isso porque a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e outras organizações do setor, apresentaram ao governo, em novembro de 2024, algumas sugestões para otimizar eficiência do varejo alimentar, uma das propostas era a venda de medicamentos sem receita nas lojas. Com críticas feitas pelas redes de farmácias, o conceito “store in store” foi adotado pela Abras na sua proposta ao Conselho Federal de Farmácias (CFF).
 

“É importante ressaltar que esses produtos devem ficar em uma área específica, em uma nova categoria de que, provavelmente, seja perto dos setores não alimentares. Outra opção também, é que redes do varejo alimentar fechem uma parceria com redes farmacêuticas, adicionando seus pontos de venda dentro dos supermercados, colocando na entrada do supermercado, já que pode estimular a venda, caso haja o atendimento de farmacêuticos no balcão”, pontua Rosadas.
 

O debate sobre a venda de medicamentos em supermercados se encontra em tramitação no Congresso Nacional através do Projeto de Lei (PL) 2158/2023, de autoria do senador Efraim Filho (União Brasil-PB). Porém, o texto original do PL sugere que a comercialização dos itens só possa ser feita desde haja farmacêuticos, virtuais ou presenciais, no estabelecimento para que orientem os consumidores.
 

“Outro ponto positivo fica por conta da ampliação do acesso à saúde, principalmente em regiões com pouca oferta de farmácias. Além disso, também proporciona mais conveniência aos clientes, que poderão adquirir medicamentos e receber orientação profissional no mesmo local de suas compras. A expansão dos pontos de atendimento também gerará novas oportunidades de emprego não só para o setor farmacêutico, mas para o varejo alimentar também”, finaliza Leandro.
 

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